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PRATO DO DIA.

Updated: Dec 1, 2021


Goiás.


A região centro oeste tem características próprias que envolvem geografia, cultura, relevo, culinária e, evidentemente, linguagem.


O Cerrado domina boa parte do território e é caracterizado por vegetação baixa, árvores pequenas, mas resistentes, capim e flores de uma beleza impressionante.


Chamado de Planalto Central, a área é formada por extensas planícies com baixo relevo e o clima é seco e ensolarado a maior parte do tempo.


Com temperaturas que beiram os 40 graus no verão e pouco mais de 20 no inverno, o Planalto tem no calor seu maior aliado oferecendo um clima propício às atividades ao ar livre, sejam esportivas como natação, rapel ou caminhadas, como no trabalho na agricultura e pastoreio.


Com forte influência do estado vizinho, Minas Gerais, o goiano tem um sotaque carregado, quase dengoso, como o do estado vizinho, mas com linguagem própria com expressões nascidas nas ruas e nos campos.


A culinária segue as tradições dos desbravadores na qual a carne, bovina, suína ou avícola é o personagem principal.


Os coadjuvantes são típicos e oriundos da terra: pequi, curcuma, jiló, quiabo, guariroba, pimenta, guabiroba e outros.


Para conhecer um pouco da culinária de Goiás, você deve preparar em casa as receitas que damos no final do blog.


Comida goiana.


Claro que um bom fogão de lenha é importante no preparo dos tradicionais pratos da culinária goiana, mas na falta de um, use sem medo o seu fogão. Vai dar certo.

Já os utensílios são fundamentais. Use panelas de pedra ou de barro e colheres de pau. O sabor fica inconfundível com esses cuidados.


Prefira a banha de porco ao invés dos óleos vegetais para manter a essência dos alimentos que serão cozidos.


O tempo é muito importante na cozinha goiana. Deixe cozinhar por horas, quanto mais tempo, mais saboroso fica o prato.


Prefira utilizar ingredientes frescos, cozinhe com pequi na época da safra, de novembro a janeiro, por exemplo.


Se quiser, pode utilizar o pequi em conserva, mas não tem o o mesmo sabor e a mesma força.


O curcuma prefira fresco também, ralado recentemente que conserva todo o sabor da raiz do açafrão da terra.


As aves, utilize sempre as caipiras em vez de criadas em granja, é outro gosto.


A pimenta é básica na culinária goiana, pode ser a Bode, Malagueta,

ou até mesmo da Dedo de Moça. Se tiver no grupo alguém que não está acostumado com o ardor, coloque a pimenta à parte, cada um se serve na quantidade que desejar.


Pratos tradicionais.



Arroz de Pequi.

Mesmo sendo um acompanhamento, muita gente se farta com o arroz de pequi e deixa de lado o prato principal. É muito simples de ser feito.


Frite um dente de alho fatiado até dourar, acrescente de 6 a 8 caroços de pequi, doure um pouco, coloque o arroz lavado e seco, misture com a colher de pau, ponha sal, e acrescente a água. Quando o líquido evaporar, o arroz está pronto. Sua cor dourada e o perfume que domina o ambiente torna esse prato inesquecível. O sabor é forte, mas bastante característico.



Galinha caipira com pequi.


Corte a galinha em pedaços e doure na banha cada pedaço, retirando do fogo até terminar todas as porções. Na mesma banha, doure o alho e a cebola, acrescente os caroços de pequi, mexa bem com a colher de pau e retorne os pedaços de galinha. Acrescente bastante água fervente e deixe cozinhar por mais ou menos 2 horas, até a carne da galinha ficar bem macia e quase que soltando dos ossos.



Empadão goiano.


Uma grande empada recheada com carne de frango e de porco, guariroba (palmito amargo), linguiça, queijo meia cura, azeitonas, tomate e pequi.


Prepare uma massa de empada e molde uma forma apropriada. Acrescente o recheio preparado em uma panela de barro, feche, pincele a massa com ovo e leve ao forno. Quando dourar, desinforme e sirva com pimenta ao lado.



Pamonha.


Em qualquer esquina de Goiânia você se depara com uma pamonharia. Sim, o creme de milho enrolado em folhas da planta é um quitute tradicional do centro oeste e pode ser devorado salgado ou quente, com linguiça ou queijo, pimenta ou natural, tanto faz. E delicioso de qualquer jeito.

O milho é ralado e coado para retirar o bagaço. Em seguida e porcionado sobre folhas de milho verde, fechado e amarrado com elástico, cordão ou tiras da folha do milho. Vai para uma panela de barro e é cozido por cerca de 20 minutos. O recheio recebe sal ou açúcar, pimenta ou linguiça ou queijo meia cura.



FRUTAS E SOBREMESAS.


O Cerrado é rico em árvores frutíferas que só existem nesse ecossistema. Mangaba, ingá, cajuzinho do cerrado, pequi, buriti, baru, são algumas das espécies facilmente encontradas na região.

Além de sucos, essas frutas recheiam deliciosas sobremesas e quitutes. Já vimos o pequi utilizado na culinária, vamos agora conhecer outras iguarias da mesas goianas.



CAJUZINHO DO CERRADO.

Um doce que leva a fruta típica da região, açucar, banana, água e açucar granulado. Sirva gelado.




TRUFA DE PAÇOCA COM BARU.


Uma sobremesa simples, mas deliciosa. O Baru é uma amêndoa típica do cerrado com alto poder nutricional pela grande quantidade de proteína. O doce é feito com amendoim torrado e moído, leite condensado e Baru.





MANÉ PELADO.


Tradicional bolo feito com mandioca, queijo ralado, coco, ovos, açucar e manteiga. Ótimo para acompanhar um café coado na hora ou para matar a fome a qualquer hora do dia.




Sobre o autor.


Wander Cairo Levy foi redator publicitário durante décadas e, recentemente, começou a escrever livros e roteiros para cinema. Tem 3 livros publicados e um roteiro que virou filme, Achados Não Procurados, que recentemente, conquistou o prêmio de melhor filme pelo júri popular no FAM ( Festival do Audio Visual do Mercosul), realizado em Florianópolis.

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