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PRATO DO DIA.

Updated: Dec 1, 2021





BAHIA.


A Bahia, ah, a Bahia. Meu primeiro contato com a baianidade se deu no século passado, idos dos anos 70. Fui trabalhar em Salvador e cai de para quedas no meio de um feriado no Porto da Barra. Arrumei um quarto em uma pensão, deixei a mala e atravessei a rua para ver o mar. No calçadão, baianas preparando meu primeiro sabor: o bolinho de feijão recheado de vatapá, caruru, vinagrete e camarões. O Acarajé preencheu o céu da minha boca e nunca mais foi embora.

De lá para cá nem sei dizer quantas vezes fui à Bahia. Tive casa no sul, em Arraial por duas décadas, estive em Salvador inúmeras vezes, fui a Ilhéus, Morro do São Paulo, Santo Amaro da Purificação, terra de Dona Conô e seus filhos famosos, percorri a Linha Verde que liga Salvador a Aracaju, banhei nas praias do Porto, Amaralina, Rio Vermelho, Pituba, do Forte e mergulhei nas águas escuras de Abaeté.

A Bahia me deu inúmeras lembranças, mas nada se compara ao sabor da comida da terra. A influência africana adaptada ao gosto brasileiro fez da culinária baiana algo único e inesquecível.


TEMPEROS.



O azeite de dendê é o ingrediente mais marcante e que torna cada prato inesquecível. Ele entra com força em grande parte do cardápio e sua cor dourada torna o visual sublime.

A pimenta é obrigatória e imprescindível. São inúmeras as espécies que são servidas à parte ou integram os pratos. Já me deixou sem fôlego diversas vezes, mas não resisto à danada.

O leite de coco também é muito importante e, de certa forma, suaviza um pouco o ardor da pimenta.

A farinha faz parte do dia a dia da culinária baiana e a farofa temperada com dendê acompanha quase que todos os pratos.


COMIDA BAIANA.


Acarajé.





O famoso bolo de feijão tem suas origens na África e está presente nas principais ruas das principais cidades baianas. A disputa pelo melhor acarajé não tem vencedor, Quase todos são excelentes e feitos com carinho e no capricho. Pode ser completo ou apenas com os ingredientes que o freguês preferir, o importante é saborear seu acarajé no tempo baiano, bem lentamente.


Moquecas.





Não se vai a Bahia sem comer muitas moquecas. Pode ser de peixe, camarão, mista ou até mesmo de galinha ou miolo como a que comi no Porto Moreira em Salvador.

O importante é ao abrir a tampa da panela de barro ser bafejado com o cheiro delicioso do dendê inundando suas narinas e fazendo salivar sua boca.


Sarapatel,




Nascido em Portugal, o Sarapatel tornou-se o prato principal das barracas de rua de Salvador. Feito com vísceras de porco, cabrito ou borrego e sangue talhado, é uma comida forte, mas deliciosa.Com uma boa pimenta, então, pode se morrer em seguida que vai embora feliz da vida.


Vatapá.




Feito com fubá ou pão amanhecido, leite de coco, dendê, coentro, caldo de peixe e camarões secos, o Vatapá é tão fundamental na cozinha baiana que as crianças aprendem a gostar junto com a mamadeira. Brincadeira, mas realmente, qualquer casa baiana tem vatapá pronto na cozinha pelo menos uma vez por semana.



Bebidas.


Como nem só de mastigar vive o baiano, as frutas regionais se tornaram ingredientes importantes na coquetelaria local. Vamos ver quais sãos as preferidas dos baianos.


Roscas.




A tradicional caipirinha se limão brasileira ganhou dezenas de variantes nos bares da Bahia

São as roscas, feitas com vodka e frutas diversas. A abreviação roscas vem de caipiroscas, o drinque feito com vodka em vez de cachaça,

Na Bahia utiliza-se as infinitas frutas da região. Por isso, você pode optar por uma rosca de seriguela, de carambola, de caju, graviola, umbu, jaca ou manga.

O difícil é se manter sóbrio em uma maratona de roscas que acompanha um almoço de 3 horas em um bom restaurante da Bahia.


Restaurantes.


São tantos que esse post não terminaria nunca se fossemos citar todos aqui. Escolhi alguns em diferentes cidades que são referencias locais e não, necessariamente, os melhores.


Salvador.


Paraíso Tropical

Rua Edgar Loureiro, 98 B, Cabula, Salvador, Bahia.




O restaurante do chef Beto Pimentel por si só é uma atração. Localizado no meio de uma mata nativa oferece mesas cercadas por verde e com uma trilha sonora especial oriunda dos diversos galos que o Beto cuida no quintal. O cardápio traz preciosidades como Moqueca der Siri Mole, Casquinha de Aratu ou Peixe Escabeche. A sobremesa fica por conta de uma cesta de frutas tropicais que chega na mesa fresquinhas.


Porto do Moreira.

Rua Carlos Gomes, 488 – Dois de Julho, Salvador, Bahia.





Fundado em 1938, o Porto do Moreira é tradicional e oferece um cardápio rico em variedades da comida baiana. Suas Moquecas são excelentes, mas o Sarapatel, a Galinhada ao Molho Pardo ou o Escabeche de Peixe também são ótimas pedidas.

Sul da Bahia.


Arraial.


Paulinho Pescador

Praça São Brás, 116 – Arraial d'Ájuda., Bahia.





O melhor PF da região. Você só precisa escolher a mistura, peixe, carne ou ave, o resto acompanha. Arroz, feijão, farofa, salada e fritas, tudo com um tempero inesquecível. Pode também escolher no menu, tem Bobo, Carne de Sol e Moquecas. Vale muito os poucos reais que vai gastar no Paulinho.


Valentino

Rua do Mucugê, 276, Arraial dÁjuda, Bahia.





Peça lagosta. Ela estão vivas em um tanque no restaurante, o cozinheiro pega com um samburá, traz até a mesa para você ver o crustáceo e é levada para ser preparada na cozinha. O melhor de tudo: custa bem barato. A explicação é que o Valentino tem barcos de pesca que trazem as lagostas diariamente para o restaurante sem intermediários.




Ilhéus.


Vesúvio

Praça Dom Eduardo, 190, Ihéus, Bahia.





O Vesúvio ficou famoso com a novela Gabriela Cravo e Canela. O Vesúvio era do Nacib, o árabe que se apaixonou pela Gabriela. Mas, antes da novela, o bar já tinha muita história. Foi fundado em 1915 por 2 italianos e sempre foi frequentado pela fina flor ilhéu. Vale almoçar ou jantar no restaurante.

O autor.





Wander Cairo Levy foi redator publicitário durante décadas e, recentemente, começou a escrever livros e roteiros para cinema. Tem 3 livros publicados e um roteiro que virou filme, Achados Não Procurados, que recentemente, conquistou o prêmio de melhor filme pelo júri popular no FAM ( Festival do Audio Visual do Mercosul), realizado em Florianópolis.

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