PRATO DO DIA.

TEMPEROS DA COZINHA BRASILEIRA. PARTE II.

Continuando nossa saga pelos fogões tupiniquins, vamos agora explorar os temperos usados nas regiões sudeste, leste e sul do Brasil.

As influências das colônias que povoaram essas regiões são marcantes em sua cozinha

Por isso, se no sul os açorianos, alemães e italianos, além dos polacos e demais povos europeus mandaram ver nas tradições culinárias na região, o leste e no sudeste, as influências africanas e portuguesas predominam, principalmente em estados onde houve uma grande importação de escravos como o Rio de Janeiro, e chegada de muitos imigrantes portugueses como a filial da coroa. São Paulo. O importante é que viajando pela comida tradicional das diferentes regiões brasileiras a gente consegue ver nitidamente o porque somos um país assim: miscigenado, muitas vezes moleque, sempre cantando e levando a vida como der.

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REGIÃO SUDESTE.

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Em São Paulo predomina o uso de temperos variados de uma forma abundante e até uma pouco estranha para os demais estados brasileiros. Canela, cravo, páprica, açafrão, cominho, orégano e outros temperos exóticos são usuais na culinária da região. Quem não adora uma pizza paulistana, por exemplo? Ou um curry em um das dezenas de restaurantes indianos na capital paulista? Ou o filé a sete ervas que durante anos foi prato de resistência dos bons restaurantes. E, no Rio de Janeiro, quem nunca se esbaldou com a feijoada bem temperada com alho, cebola e pimenta? Ou o arroz com brócolis que os portugueses introduziram na ex-capital federal e que se espalhou como praga pelo Brasil afora.

Temos ainda as moquecas capixabas que, ao contrário das baianas, não usam dendê, apenas leite de coco e coentro, uma delícia.

Se o Brasil tem em suas diversas regiões características próprias e marcantes, o sudeste brasileiro é a meca da boa gastronomia brasileira com sotaque internacional.

REGIÃO LESTE.

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Minas Gerais é o grande estado dessa região. E nele se concentra toda a sabedoria da boa culinária brasileira. O feijão temperado com alho e cebola é a grande estrela ao lado de cortes suínos como o lombinho ou a costelinha. Junto com a galinha, outro importante membro da sociedade mineira, feita de diferentes formas, mas sempre bem temperada com pimenta e cheiro verde

Junto com o milho responsável por outro best seller da cozinha mineira, a canjiquinha, está posta a mesa para mais uma jornada de sabores inesquecíveis.

Para quebrar a tarde, apenas um pãozinho de queijo saindo do forno com um cafezinho coado na hora.

Estão servidos?

REGIÃO SUL.

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Aqui temos algo muito interessante para os estudiosos da cultura brasileira. No Rio Grande do Sul o grande tempero usado em todos os lares é o sal grosso. É ele que tempera as carnes que vão para a brasa diariamente nas churrasqueiras e parrilhas espalhadas pelo estado. Já em Santa Catarina, o cominho é a grande estrela na ilha de Santa Catarina e arredores, Isso graças aos portugueses açorianos que aqui chegaram para implantar uma nova cidade em séculos passados. O interior de Santa Catarina obedece às suas origens. No vale europeu, Blumenau, Pomerode, Brusque e demais cidades, quem manda é a alemãonzada. Dá-lhe o uso de páprica, zimbro, mostarda e endro. E se fartem com os marrecos recheados, chucrutes e kasselers.

Nas regiões com colonização italiana como Nova Trento, Nova Veneza e São João Batista, entre outras, o alecrim, o orégano, o manjericão, são os astros da cozinha. O que torna a comida muito saborosa e marcante.

O importante é que cada cidade respeita e segue suas tradições o as tornam interessantes para todos os visitantes.

O AUTOR.

Wander Cairo Levy foi redator publicitário durante décadas e, recentemente, começou a escrever livros e roteiros para cinema. Tem 3 livros publicados e um roteiro que virou filme, Achados Não Procurados, que recentemente, conquistou o prêmio de melhor filme pelo júri popular no FAM ( Festival do Audio Visual do Mercosul), realizado em Florianópolis e de melhor roteiro, melhor ator e melhor caracterização no Festival do Piauí realizado em dezembro passado.