O Rio Grande é um estado totalmente diferente dos demais estados brasileiros. Principalmente pela sua situação geográfica, faz fronteira com o Uruguai e com a Argentina. Com isso, os gaúchos têm mais afinidades com os hermanos do que com os brasucas. Isso, principalmente, nos hábitos, costumes e na cozinha.
Todo mundo sabe que a carne é o ingrediente principal da culinária gaudéria. Seja assada na brasa, no forno ou guisada. E não qualquer carne. Os gaúchos primam pela escolha dos melhores cortes e de gado selecionado.
Além da carne de gado, a de ovelha e suína campeiam livremente nos braseiros que queimam diariamente nos lares de cá.
Mas nem só de carne vive o gaúcho. Como o estado recebeu colônias de alemães e italianos, a cozinha germana e italiana também tem seu espaço, principalmente nas regiões colonizadas por esses povos.
Como os demais estados brasileiros, o Rio Grande também é dividido por regiões distintas: a grande Porto Alegre, a campanha, a serra e o litoral.
Na grande Porto Alegre, a cozinha tem todas as influências das demais regiões. Você encontra bons restaurantes alemães, italianos, espanhóis, orientais, árabes e, claro, ótimas parrilhas e churrascarias.
A campanha é o tradicional interior, no qual grandes fazendas de gado, ovelha, soja e arroz dominam a paisagem. A culinária da campanha é simples mas deliciosa, como toda comida de base brasileira.
Já a serra, tradicional reduto dos colonizadores europeus, a cozinha alemã e a italiana predominam com seus tradicionais pratos à base de suínos e massas.
No litoral, os pratos de peixes e frutos do mar prevalecem e são semelhantes aos de todo o litoral brasileiro.
A GRANDE PORTO ALEGRE.
As parrilhas importadas dos vizinhos Uruguai e Argentina são a bola da vez da cozinha porto-alegrense. São inúmeras e trazem assados maravilhosos feitos da maneira tradicional desses dois países.
Além das carnes, Porto Alegre oferece aos visitantes um vasto leque de cozinhas, das pizzarias às risoterias, dos sushis aos eisbein, do fast food aos churrasquinhos e panchos. Comer em Porto Alegre é um programa que agrada a todos os gostos.
A CAMPANHA.
Seja no extremo do estado, em Bagé ou Uruguaiana, seja nos pampas ou nos banhados, a carne de gado e ovelha predomina nas cozinhas. Cada região tem suas características, mas todas têm em comum o prazer de reunir a família ou os amigos em torno de um braseiro para passar horas degustando nacos de assados no ponto e temperados apenas com sal grosso.
A SERRA GAÚCHA.
De Gramado a São Francisco, de Bento a Caxias, não importa. Você vai encontrar galeto ao primo canto assado e servido com salada de radiche e polenta que chegam à mesa com um aroma irresistível. Ou irá se fartar com a tradicional comida germânica servida com capricho de quem sabe fazer.
O LITORAL.
Uma peixada bem servida ou um arroz de lula ou camarões sempre agrada e deixa todo mundo salivando. No litoral gaúcho as mesas ao ar livre no verão trazem o que se espera encontrar na praia: pratos com os pescados que saíram daquele mar imenso na sua frente.
ESPINHAÇO DE OVELHA.
Um corte que vai do pescoço ao lombo do animal e que apresenta uma carne macia e muito saborosa. O espinhaço é feito com a carne em pedaços frita e depois cozida em água e vinho tinto, acompanha mandioca, arroz ou batatas.
MATAMBRITO.
Um corte extraído entre a costela e o couro do porco, temperado com sal e limão e assado na parrilha ou na churrasqueira. É uma entrada que disputa com linguiças e pão de alho antes da chegada das carnes.
GALETO AO PRIMO CANTO.
Um frango abatido até 21 dias, pesando em média 600 gramas, assado no forno ou na brasa, acompanhado de salada de radiche e polenta. Em sua origem, o prato era feito com passarinhos, uma espécie de passarinhada, pelos colonizadores italianos. Com a proibição do abate de pássaros, passou-se a utilizar o pequeno frango em substituição.
O AUTOR.
Wander Cairo Levy foi redator publicitário durante décadas, conquistou os principais prêmios nacionais e internacionais e, recentemente, começou a escrever livros e roteiros para cinema. Tem 3 livros publicados e um roteiro que virou filme, Achados Não Procurados, que recentemente, conquistou o prêmio de
melhor filme pelo júri popular no FAM ( Festival do Audio Visual do Mercosul), realizado em Florianópolis e de melhor roteiro, melhor ator e melhor caracterização no Festival do Piauí realizado agora em dezembro. É diretor de planejamento da Febur nacional e escreve sobre turismo gastronômico.
Obrigado querida, que bom que você gostou.
Ficou ótima a descrição das várias regiões de nosso estado. Realmente mostra conhecimento de quem é quase gaúcho. Parabéns